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Cardiopatia Grave e a Isenção de Imposto de Renda: Um Direito Pouco Conhecido

Receber um diagnóstico de cardiopatia grave pode transformar completamente a vida de uma pessoa, exigindo tratamentos contínuos, cirurgias e mudanças na rotina. Para aposentados que enfrentam essa condição, há um direito pouco divulgado, mas extremamente relevante: a isenção do Imposto de Renda sobre os proventos da aposentadoria.

Muitos pacientes desconhecem esse benefício ou enfrentam dificuldades para obtê-lo. Neste artigo, explicamos como funciona essa isenção e por que, mesmo após tratamento e controle da doença, o direito deve ser mantido.

O Impacto da Cardiopatia Grave na Vida do Paciente

cardiopatia grave é uma condição séria que afeta o funcionamento do coração e do sistema circulatório, podendo comprometer a qualidade de vida do paciente. Em muitos casos, são necessários procedimentos médicos invasivos, como:

  • Cateterismo cardíaco;
  • Cirurgia para implante de stents;
  • Revascularização do miocárdio (ponte de safena ou mamária);
  • Troca de válvulas cardíacas;
  • Implantação de marcapasso ou desfibrilador cardíaco.

Mesmo após a realização desses procedimentos, a maioria dos pacientes precisa de acompanhamento médico contínuo, uso de medicamentos específicos e restrições na rotina para evitar complicações. Por isso, a legislação prevê medidas de proteção financeira, como a isenção do Imposto de Renda, para aliviar o impacto econômico causado pelo tratamento da doença.

A Isenção do Imposto de Renda para Portadores de Cardiopatia Grave

artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/1988 estabelece que aposentados diagnosticados com determinadas doenças graves, incluindo a cardiopatia grave, têm direito à isenção do Imposto de Renda sobre seus proventos de aposentadoria ou pensão.

Esse benefício não é uma concessão aleatória, mas sim uma medida de proteção social, reconhecendo que os custos com saúde aumentam significativamente para quem sofre de doenças graves. A isenção busca garantir que esses aposentados tenham melhores condições para lidar com suas necessidades médicas, sem o peso adicional da tributação.

O Direito à Isenção Permanece Mesmo com o Controle da Doença

Um ponto que gera muitas dúvidas é se o direito à isenção continua válido após a realização de um tratamento bem-sucedido. Muitos aposentados ou pensionistas são informados de que, se a doença foi controlada ou estabilizada, o benefício pode ser suspenso.

No entanto, a jurisprudência já consolidou que a isenção não exige a persistência dos sintomas nem a recidiva da doença. O entendimento adotado é de que a finalidade do benefício não é apenas compensar quem está em estado crítico, mas garantir condições adequadas para o acompanhamento médico e evitar novos agravamentos da condição de saúde.

Isso já é reconhecido para doenças como neoplasia maligna (câncer) e AIDS, e o mesmo raciocínio se aplica à cardiopatia grave. Afinal, um paciente que passou por um cateterismo ou implantou um stent ainda precisa de acompanhamento contínuo, e os riscos para sua saúde permanecem elevados.

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Como Funciona a Isenção do Imposto de Renda para Portadores de Cardiopatia Grave?

A isenção pode ser solicitada pelos aposentados que se enquadram na legislação vigente. No entanto, muitos encontram dificuldades no reconhecimento desse direito, seja por exigências burocráticas, interpretações restritivas das regras ou pela falta de informações claras sobre os critérios adotados.

Mesmo diante de obstáculos, há formas de garantir o reconhecimento da isenção, especialmente quando há documentação médica adequada e um entendimento jurídico consolidado sobre o tema.

Se houver dificuldades no processo, é essencial buscar orientação para avaliar a melhor estratégia e garantir que o benefício seja concedido conforme determina a legislação.

A Isenção Pode Ter Efeito Retroativo?

Sim! Se o aposentado já tinha o diagnóstico da doença em anos anteriores, é possível solicitar a devolução do Imposto de Renda pago indevidamente nos últimos cinco anos.

Para isso, é necessário apresentar documentação médica que comprove a data do diagnóstico e a condição de saúde no período solicitado.

Conclusão: Um Direito Que Deve Ser Respeitado

A isenção do Imposto de Renda para aposentados com cardiopatia grave não é um benefício opcional, mas um direito assegurado por lei. No entanto, nem sempre esse direito é reconhecido de forma automática, e muitos aposentados acabam pagando impostos que não deveriam.

Se você ou um familiar enfrenta essa situação, é fundamental buscar informações e agir para garantir o que a legislação já prevê. O reconhecimento desse direito pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida e no planejamento financeiro dos aposentados que lidam com essa condição de saúde.

Sobre Nós

Escritório Corrêa da Silva, Martins foi fundado por Felipe Müller Corrêa da Silva e Janine Martins Corrêa da Silva, advogados especializados em Direito à Saúde. Nosso foco está em ações contra planos de saúde e o SUS, bem como em Direito Médico e Direitos da Pessoa com Deficiência (PCD). Atendemos clientes em Porto Alegre, São Paulo e em todo o Brasil, oferecendo suporte jurídico presencial e online.

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